terça-feira, 6 de abril de 2010

Escravos do Sexo ?!

Um leitor deixou um comentário bem bacana no post que falava sobre a dificuldade nas relações.. ele deixou no ar a pergunta se somos viciados em sexo ou senão então por que nos deixamos ser tão guiados por isso ?

E essa reflexão anda ecoando forte na minha cabeça recentemente.
Sendo homens e com testosterona no sangue é claro que gostamos e nos motivamos muito por sexo.. se isso já é um fator complicado para as relações heterossexuais, que dirá nas homossexuais onde temos pessoas com a mesma característica de ambos os lados..

Sei também que isso não é novidade, a história dos tempos antigos já falava disso..

E fazendo parte desse time não me excluo da questão !
Mas será que precisamos nos limitar a isso ? Nos deixar escravizar pelo sexo ?

Fazendo uma análise sobre os canais de comunicação gay da internet é assustador e lamentável como seja nas salas de bate-papo ou nos sites específicos de relacionamento, só se fala de atributos físicos específicos (se é que vcs me entendem rs) e preferências sexuais nos mais ricos detalhes. Todas as fotos ali publicadas pelas pessoas interessadas em conhecer alguém são de partes explicitas do corpo, um verdadeiro açougue onde os corpos estão expostos para serem escolhidos para consumo.

Será que não existe o interesse real em se conhecer pessoas interessantes ? Em se ter uma troca que vá além de sexo ? Seja apenas para travar diálogos interessantes, troca de experiências, fazer amizades, ou mesmo se permitir expressar interesse e sentimentos que levem a uma relação menos superficial..

Para mim fica óbvio a incapacidade emocional do nosso “time”. Será que somos tão fragilizados a esse ponto ? Será que o preconceito e a falta de auto-aceitação causa isso ? Será que por ser um eterno pecado não podemos demonstrar interesse e construir relações perante a sociedade ? Ou será que estamos assim como todos no mundo numa fase individualista e não temos interesse em compromissos ?

O que será que as pessoas então vem fazendo com o desejo instintivo de ter uma parceria, de troca de carinho, de cumplicidade, de amor incondicional ?

Me parece que estamos abafando isso e deixando que essa frustração nos empurre para a “lei das compensações”. Onde descarregamos nossas frustrações em outros pseudo prazeres.. as famosas compulsões (alcool, drogas, sexo, etc) e com isso afundando ainda mais nessa areia movediça...

Precisamos remar contra essa maré e reverter essa situação !
Temos o direito a felicidade por inteiro ! Não aceitem nada pela metade..
Mas para isso cabe a cada um de nós fazer a sua parte agindo diferente !
Transformar nossas queixas em ações concretas.

Bora ? A união faz a força.. lembram ?

Abço meu

4 comentários:

  1. Boa noite,
    Chamo-me Carlos Roberto e por uma feliz coincidência tive o prazer de ter o conhecimento da existência do seu blog.
    Durante a leitura do texto postado nesta terça-feira (que por sinal é onde está sendo anexado este comentário), eu decidi fazer uma intertextualidade com ele no meu blog. (espero que não tenha problema).

    Este é o link da postagem no meu blog: http://decaranoarmario.blogspot.com/2010/04/reflexao-intertextual.html

    Caso você esteja interessado em parceria, por favor, entre em contato comigo através do e-mail: carlosroberto_sm@hotmail.com

    Obrigado pela atenção e parabéns pelo blog.

    ResponderExcluir
  2. Amigo, a internet nos transformou em item de prateleira. Vc chega, confere e pega, se te agrada.
    Náo serei hipócrita e vou só criticar. Acho que há espaço pra esse tipo de busca por sexo, mas o que não podemos é tornar isso o nosso padrão.
    A busca por sexo na net funciona, usando uma analogia minha, como 2 pessoas que querem jogar futebol e se ligam e vão para um campo bater uma bolinha. Com o sexo é a mesma coisa. A nossa mentalidade latina e essencialmente católica, mesmo que não queiramos admitir, influi muito nisso. Os anglo-saxões conseguem fazer essa diferença de forma bastante natural e acho que num futuro chegaremos no ponto de saber separar o que é sexo, instinto animal primitivo e o que é sentimento, amor, aquela coisa mais profunda.
    Cabe uma reflexão a todos nós, gays, sobre o assunto. Não adianta ser vaca e seguir o rebanho. Devemos refletir e, se for o caso, nadar totalmente contra a corrente.
    Bjo grande do seu amigo, vc sabe quem.

    ResponderExcluir
  3. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  4. Meu caro, retribuo a visita ao meu blog, e o comentário simpático.
    Acho que o tema que abordastes hoje é infinito, a sexualização das ralações gays já mereceu mais páginas na net do que o futebol. Inúmeras são as teorias, mas eu acho que um ponto a ser abordado é o fato de que a relação gay não seguir normalmente os padrões e paradigmas de envolvimento afetivo. Gay se sente livre para o sexo descompromissado, o envolvimento afetivo padrão Romeu e Julieta nos parece distante, e por isso estendemos a adolescência enquanto durar a testosterona. Veja você a noite gay, com seus descamisados, a analogia com açougue é pertinente.
    Mas acho que, na medida em que formos encontrando nosso lugar na sociedade, a tendência é de haver uma acomodação, nivelando pelos padrões normais de comportamento. No post em que falo sobre o maravilhoso julgamento que está ocorrendo na Califórnia,(http://www.revistabrasileiros.com.br/23b/2010/01/26/e-nos-estados-unidos/) em que dois advogados defendem o casamento homossexual, um dos argumentos, bárbaro, por sinal, é exatamente o de que a adoção da estrutura social, como o casamento e a adoção de filhos, reforça a sociedade ao invés de enfraquece-la. Enfim, nossa comunidade tem muito de adolescente ainda, e não julgo ou condeno ninguém, já me diverti muito brincando na balada, acho saudável, desde que se use camisinha!
    Vamos nos falar mais.
    Abração do Lourenço Cavalcanti

    ResponderExcluir