terça-feira, 13 de abril de 2010

O Outro Lado da Moeda

No mês passado escrevi um "post" sobre a minha visão a respeito da importância de promovermos e enfrentarmos a inclusão.. sei o quanto isso pode ser díficil para cada um e o quanto isso exige de cada um de nós... por outro lado existe o outro lado dessa moeda, que na minha opinião possui riscos igualmente perigosos.

Ao nos sentirmos "o patinho feio" e que não nos encaixamos naquele grupo que se considera o padrão, o normal, e passamos a ser o diferente.. isso nos remete a uma terrivel sensação de inadequação e até mesmo de solidão.. consequentemente é natural que procuremos nos aproximar daqueles que são igualmente diferentes.. onde somos aceitos sem questionamentos, onde podemos nos enxergar através de outros.. e a partir dai começam a surgir os grupos e comunidades. Nada contra, pelo contrário !

O que eu gostaria de alertar é o risco inverso de nos impormos uma forma para ser aceito no partido do "diferente" sem termos que enfrentar novamente o risco da exclusão.. e movidos por esse desejo muitos passam a adotar a vida gay padrão que se vê por aí como estilo de vida, praticamente vivendo numa bolha e buscando ser o mais perfeito possível dentro desse contexto para se destacar e ter ali sucesso (??!!)... com isso vemos a turma adotando modelitos fashion de grifes especificos, praticamente uniformes, obsessão pela corpo e pelo físico, morando no mundo das festas e baladas, incorporando as gírias do mundinho e só frequentando os guetos...

Mas na minha opinião pode-se estar pagando um preço alto... abrindo mão de sua individualidade, reforçando o estereótipo, se isolando do mundo real e sem perceber apenas dificultando a sua própria inclusão e capacidade de enfrentar a vida como ela é !

Enfrentar esses opostos as vezes nos coloca numa situação delicada, onde não nos sentimos parte nem de um grupo nem de outro, ficamos até mesmo desorientados.. eu particularmente me vejo muitas vezes nesse lugar.. mas aí paro para pensar, olho para dentro de mim, resgato minha essência e penso.. e daí ? O que importa é poder viver e ser quem eu realmente sou.. isso sim pode ser libertador !

Abço meu a todos

Ps. Agradeço a um querido amigo que compartilhou comigo hoje um estudo sociólogico bem bacana, e que me inspirou o post de hoje :-)

Um comentário:

  1. Temos que colocar na cabeça que a realidade nem sempre é cruela cruel, a gente que insiste em viver dormindo.Todos temos o direito de sonhar e desejar estar onde não se está, mas no fim das contas, you do what you have to do.

    :)

    Os textos tão demaaais!
    bj meu!

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